Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Myrcia reticulata (Myrtaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência nos estados: MINAS GERAIS, município de Itamonte (M.C.W.V 1999), Rio Preto (Lughadha 225), Bocaina de Minas (Hashimoto 16796); RIO DE JANEIRO, município de Itatiaia (Braga 2611), Resende (Eiten 7338), Sapucaia (Pereira 63011), Vassouras (Sucre 11193).
Árvore de até 5 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Foi coletada em Floresta Ombrófila associada a Mata Atlântica nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Apresenta distribuição restrita, EOO=4547 km², cinco situações de ameaça e ocorrência em fitofisionomia florestal severamente fragmentada. Sabe-se que somente cerca de 12,4% de vegetação original ainda resiste na Mata Atlântica brasileira. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Em Rio Preto (MG), Resende, Sapucaia e Vassouras (RJ) restam cerca de 23,4%, 22,4%, 15,6% e 16,9%, respectivamente, da Mata Atlântica original nesses municípios (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Mesmo com registros confirmados dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral, onde ainda sofre influência antrópica direta (Aximoff, 2007), e no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018) , a espécie foi considerada Em Perigo (EN) de extinção . Infere-se declínio contínuo em EOO e na qualidade e extensão do habitat. Recomenda-se a realização de pesquisas (distribuição, números e tendências populacionais) e ações de conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de garantir sua perpetuação na natureza no futuro.
Descrita em: J., Fl. bras. merid., 2: 304, 1832.
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
Perda de habitat como conseqüência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). No Parque Nacional do Itatiaia o turismo é uma atividade intensa e, muitas vezes, descontrolada geradora de uma série de impactos ambientais, dentre eles a expansão excessiva da largura de trilhas e a erosão do solo, como apontado no estudo de Barros (2003). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3 Livestock farming & ranching | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
Os municípios de Resende, Sapucaia e Vassouras (RJ), respectivamente, com cerca de 109.435 ha, 54.117 ha e 53.813 ha, contém 38%, 50% e 60% de suas áreas convertidas em pastagens (Lapig, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Em Rio Preto (MG), Resende, Sapucaia e Vassouras (RJ) restam cerca de 23,4%, 22,4%, 15,6% e 16,9%, respectivamente, da Mata Atlântica original nesses municípios (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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2 Species stresses | 7.1 Fire & fire suppression | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
O Parque Nacional da Itatiaia sofre com a ocorrência de incêndios excessivos prejudiciais ao parque e à conservação e manutenção da biodiversidade da área, como apontado no relatório técnico de Aximoff (2007). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1 Land/water protection | on going |
A espécie foi registrada no Parque Nacional de Itatiaia (Braga 2611). |
Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). | |
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |